Se calhar estamos mesmo no séc. XXI
Ou então não. O casamento homossexual foi aprovado na Assembleia da República. Dia histórico para quem é a favor, dia histérico para quem é contra. Os comentários nos diversos jornais online são de um primarismo quase animal. Um comentador diz que deveria haver referendo e que a partir de agora não vota, já que não querem ouvir os portugueses. Todos os dias se discutem assuntos importantes na Assembleia, frequentemente aprovam-se leis; é o trabalho deles ali na Assembleia. E o povo, impávido, borrifa-se e passa à frente. Políticas de emprego, combate à corrupção ou o escandaloso debate sobre a avaliação dos professores passam incólumes nos radares destes morcegos. Cegos, completamente cegos. Cegos e com vontade de ir aos saldos, que um referendo ainda é coisa para gastar uns milhões de euros.
Numa coisa tão básica como um contrato entre duas pessoas (que se foda a religião e todas as suas tentativas insidiosas de interferir com a vida privada dos cidadãos!), diz que já não vota, já está passado da marmita. Uma família é pai e mãe - e às vezes só pai, às vezes só mãe, às vezes o pai, a mãe, o padrasto, a madrasta e os meios irmãos, bem... mas isso são detalhes! - uma família não é casar dois homens ou um homem e uma cadela ou, impensável, um homem e um cão!
A paneleiragem estragou o dia a este senhor, já chega a casa e vai falar torto para a querida esposa, aquela com quem ele casou porque podia. Mais tarde dá-lhe porrada. Ontem chegou-lhe a roupa ao pêlo porque não está feliz com o trabalho na repartição, hoje é porque o casamento enquanto instituição sagrada (nunca enquanto contrato previsto na lei para parte da população há muitos e bons anos) já não significa nada. O olho negro de hoje tem muito mais significado simbólico que o apertão no braço de ontem.
Karvela
Ou então não. O casamento homossexual foi aprovado na Assembleia da República. Dia histórico para quem é a favor, dia histérico para quem é contra. Os comentários nos diversos jornais online são de um primarismo quase animal. Um comentador diz que deveria haver referendo e que a partir de agora não vota, já que não querem ouvir os portugueses. Todos os dias se discutem assuntos importantes na Assembleia, frequentemente aprovam-se leis; é o trabalho deles ali na Assembleia. E o povo, impávido, borrifa-se e passa à frente. Políticas de emprego, combate à corrupção ou o escandaloso debate sobre a avaliação dos professores passam incólumes nos radares destes morcegos. Cegos, completamente cegos. Cegos e com vontade de ir aos saldos, que um referendo ainda é coisa para gastar uns milhões de euros.
Numa coisa tão básica como um contrato entre duas pessoas (que se foda a religião e todas as suas tentativas insidiosas de interferir com a vida privada dos cidadãos!), diz que já não vota, já está passado da marmita. Uma família é pai e mãe - e às vezes só pai, às vezes só mãe, às vezes o pai, a mãe, o padrasto, a madrasta e os meios irmãos, bem... mas isso são detalhes! - uma família não é casar dois homens ou um homem e uma cadela ou, impensável, um homem e um cão!
A paneleiragem estragou o dia a este senhor, já chega a casa e vai falar torto para a querida esposa, aquela com quem ele casou porque podia. Mais tarde dá-lhe porrada. Ontem chegou-lhe a roupa ao pêlo porque não está feliz com o trabalho na repartição, hoje é porque o casamento enquanto instituição sagrada (nunca enquanto contrato previsto na lei para parte da população há muitos e bons anos) já não significa nada. O olho negro de hoje tem muito mais significado simbólico que o apertão no braço de ontem.
Karvela
Comentários
Não estamos assim tão longe do fanatismo que adoramos condenar nos outros.