Keep Manhattan, just give me the countryside
As alegrias de ser bolseira a viver num ambiente ainda semi-rural são muitas e frequentes. Exemplo: no domingo fui aos figos, subi às figueiras, comi fruta directamente da árvore. Exemplo: a minha banda sonora à noite enquanto adormeço é nada. Tipo zero. Nada.
Há mais. Depois digo.
O reverso vivi hoje, por duas vezes, no curto período que saí à rua.
Cenário: Mercado local.
Vizinha que já me viu várias vezes a horas impróprias para uma pessoa que trabalhe e essas coisas: Passe à minha frente, que de certeza que tem que ir trabalhar!
Karvela: Não, deixe lá, não tenho pressa.
E calmamente escolho a fruta, converso com a vendedora, repito que não tenho pressa. A vizinha olha para mim, interrogando-se acerca do porquê desta falta de pressa, das razões da calma.
Cenário: a minha rua
Outra vizinha, esta mais simpática mas que hoje se passou da marmita: Então, quando é que tens um destes? (apontando para a bisneta)
Karvela: Qualquer dia. Não tenho pressa.
Ora, "qualquer dia" teria sido uma resposta perfeitamente aceitável. Mas não, tive que repetir a frase "não tenho pressa", o que desencadeou uma nova série de sentimentos
Outra vizinha, esta mais simpática mas que hoje se passou da marmita: Ah, mas muito velha também não pode ser...
Karvela: Imagine lá que eu não posso ter filhos. Isto nunca se sabe não é?
15 minutos de passeio nesta terra equivalem, portanto, a que a partir de hoje eu seja uma desempregada infértil. Aguardam-se momentos interessantes de comiseração junto da minha mãe.
Karvela
Comentários
Não estranhes que a partir de agora a sopa que a tua mãe servir ao teu moço venha com uns tons de azul e ela te passe a dar "vitaminas"...