Eu já levo uns anos nesta terra e vou perdoando algumas coisas aos jovens, que têm cérebros mais recentes - é certo, mais frescos mas com menos quilometragem, aquilo anda mas desenvolve pouco - e por isso alguns detalhes escapam-lhes e nós sorrimos e damos palmadinhas nas moleirinhas, que ainda não fecharam por completo e depois aquilo é um bocado mole e fazemos todos aquela cara de quando se toca na moleirinha que é nheee e ewww e outra vez!
Por isso, é com um sentimento que oscila entre o enojado e o satisfeito que observo frequentemente o comportamento de mulheres e homens que têm idade para serem meus primos mais velhos no ato de esperar, na bomba de gasolina, dentro do carro, em fila para abastecer, que a pessoa da frente se despache, frequentemente exasperados, numa postura corporal que denuncia um "olhamestefilhadaputa que agora deve estar lá dentro a comprar chocolates para a família toda!" ou um "caralhosmafodam podias andar mais devagar até ao carro, não?".
Especialmente para vós, gente que povoava abundantemente as bombas da direita daquela estação de serviço esta manhã, deixando as bombas da esquerda completamente vazias, nosso senhor nos livre e guarde de pensar para além do que vos é posto à frente dos olhos. Estou cá eu para
Jovem, o meu depósito também é à direita e, ainda assim, eu parei alegremente na bomba que fica à minha esquerda e... espera... espera... puxei a mangueira do gasóil que... olha, espera... ai... é comprida (mind = blown, eu sei!) e tu podes puxar e depois ela chega ao depósito mesmo que esse depósito esteja longe da agulheta. Aquilo não trava ao fim de 50cm e não te puxa de encontro ao sem chumbo com toda a força como se fosse um cordel de bungijumpe, aquilo continua e continua e podes, em parando o carro só um metro à frente do que é costume, pôr o teu combustível com uma ausência de nervos que é um mimo.
25 de Abril sempre. Foda-se.
Karvela
Comentários
(Mas tenho consciência da segunda leitura do que acabei de escrever.)