Eugenia Dysenterica é o nome de uma senhora cá da terra que uma vez comeu alperces quentes quando estava na monda e depois não encontrou meio de se aliviar. A malhada ainda era longe de casa e ela veio por aí fora, de pernas traçadas, a andar como o filho da D. Eulália que nasceu com uma doença e as pessoas até levaram a mal, houve duas ou três vizinhas que não acharam piada à Eugenia, que não se faz pouco de quem nasce poucochinho. E a Eugenia, sem tempo para explicar, ou explicava ou cagava, continuou estrada fora, pelo atalho do largo da praça mas infelizmente chegou ao chafariz e não aguentou. Foi as ceroulas do marido que usava para não as coxas não roçarem com o calor, foi saia, foi saiote, foi as socas de trabalho que ficaram num desconsolo que nem os porcos lhe chegavam depois disso. E ao lado do chafariz, para desgosto da Eugenia, o povo juntara-se porque estava a tocar a banda que era dia de Nossa Senhora da Conceição mas a Eugenia tinha-se esquecido, a terra estava um nojo e ela precisava mesmo de ir mondar e aqueles alperces andavam-lhe no goto há uns três ou quatro dias e antes que as abelhas lá fossem picar a Eugenia comeu um, comeu dois, comeu quinze...
Karvela
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