Análises e outros exames médicos

Fazer análises é sempre um momento especial. Hoje nem vos falo da bélha que se quis pôr à minha frente. Nem da doce ironia que foi ter fugido cá da terra para não ter uma local a fazer-me as análises e deslocar-me a uma terra ao lado apenas para ser atendida por outra local. Ah, o mundo é um bidé. Fosse eu ao Nepal fazer análises e de certeza que me aparecia uma pessoa do Samouco a cavalo num yeti a perguntar o que tenho e como é que está a minha mãe. Já vos contei daquela vez em que em trabalhava em Alfragide e houve uma fuga de gás que obrigou à evacuação do prédio e quando desço um dos senhores dos bombeiros era do Samouco? Pois. É constantemente isto.  

Hoje foi um passo à frente no capítulo Análises e outros exames médicos. É com a cabeça leve que vos escrevo, portanto. Chego lá cedinho, estava em jejum como convém, mas em cima disso, como não tinha frasquinho para a urina em casa, fui também como nosso senhor quer, cheia de xixi. 

Antes de mim estava um casal, foram fazer análises a dois, amoroso. Já enquanto ela pagava eu pensava "ai filhota, terás tu sangue para tirar?"... é que aquilo era moça para pesar 50kg já com o cotovelo a fazer força no prato da balança para enganar o freguês. Ela vai primeiro e, claro, sai do gabinete a morfar um pacote de açúcar, sem um pingo de sangue na cara e deita-se nas cadeiras da sala de espera toda tonta enquanto a senhora tirava sangue ao marido. O rapaz estava preocupado e assim que lhe puxam a agulha do braço ele vem a correr ter com a esposa. 

E nisto o braço dele desata a jorrar sangue. 

E eu sem comida no bucho. E com tanta urina acumulada que estava capaz de fazer ali mesmo pelas pernas abaixo só porque seria mais confortável do que ver sangue alheio a espichar. Durante 10 segundos pensei mesmo que também eu iria ter que me deitar ao lado da fininha. Mas não, aguentei firme, troquei um sorriso cúmplice com uma outra catraia que lá estava e siga, vamos pagar e despachar. A fininha ia morrendo mas no fim lá se levantou e andou. 

Já eu estive sem mijar até chegar a minha vez. Sofro muito.

Karvela 

Comentários

Vanessa disse…
Deve ser dos ares destas bandas. Eu sou do Pinhal Novo e onde quer que vá passar férias há sempre um Pinhalnovense. Mother of God!