Como é do conhecimento geral, sou propensa a acidentes. Coisas que me caem das mãos, coisas que me caem na cabeça, topadas com os dedos dos pés em mobília variada, pirexes de bacalhau com natas espalhados no chão, paredes que aparecem do nada. Hoje aconteceu-me talvez o mais estúpido acidente de sempre e, desta vez, com testemunha, que é para não dizerem que sou louca.
Depois de um almoço com amigos eu e o kramer fomos a Monserrate ver o palácio e os jardins. Havia uma senhora mexicana a cantar no jardim, nós sentámo-nos um bocadinho a ouvir - ou não estivessem a dar Coronas de grátes - e eu deito-me para trás no colo do garoto (o romance, é o romance!). Estou na minha, a fotografar nuvens, copas de árvores, copas de árvores com nuvens a passar... e decido que já chega de tanta variedade fotográfica e desligo a máquina. Para ainda contextualizar mais, a máquina que estava a usar é das compactas, com uma lente retráctil.
Pois em fracção de segundos acontece-me o seguinte, devagarinho, para todos me acompanharem:
1. Carrego no botão para desligar a máquina;
2. Enquanto a máquina está a desligar deixo-a cair em direcção à cara, batendo-me num lábio;
3. A máquina continua o seu percurso descendente - atenção, ainda não totalmente desligada! - e a lente retráctil engancha-se-me na pele do pescoço.
Ficou marcado e tudo que é para não haver dúvidas que aquilo ainda aleijou. O incidente deixou-me contente porque quantas pessoas no mundo poderão dizer que um dia entalaram a pele na lente retráctil de uma máquina fotográfica compacta?
Ri-me muito, o kramer riu-se muito, foi giríssimo!
E depois tentei reproduzir o evento ao kramer, só para ele entender bem como é que se passou tudo e quando digo "caiu e primeiro bateu-me no lábio", de boca aberta, enfio a máquina de encontro a um incisivo. Para acamar.
Karvela
Comentários
Achei que a ombreira da porta precisava de festinhas e olha...
:)