There's a good tradition of love and hate...

Antes de mais chamo a atenção dos fiéis para a citação de uma canção de Tanita Tikaram ali no título. Que orgulho. Se há coisa que eu aprecio é cantoras com ar de machonas. Ele é a Tanita, a KD Lang, a Sharleen Spiteri, a Dina. Ou então estas todas menos a Dina. 

Dito isto, venho ventilar. Tentei suicidar-me pela milésima vez, no Facebook. Ah que grande susto, a Karvela tentou matar-se. Nah. Na gosto. Não sou pessoa para me atirar de um prédio de dois andares nem para tomar ben-u-rons com coca-cola. E sou fraquinha nisto do suicídio, nem sei fazer nós corridos com fio de pesca. Mas o Facebook anda a dar-me ganas, pronto. 

Isto vem a propósito dos nay-sayers. Há lá pessoal que, seja o que for que eu diga, está tudo errado e fazem questão de explicar por a mais b porque é que está tudo errado. Eu fui ao concerto da Lady Gaga. Fui, pronto, vão-se todos foder se acharem que sou azeiteira. Mas enquanto que a maioria dos meus amigos (os que são mesmo amigos ou pelo menos uns amores de pessoas virtuais) riram-se para dentro e pensaram algo como vá-leva-lá-a-bicicleta, até porque sabem que sou uma moça de pensamentos profundos e mente esclarecida, houve dois ou três que não descansaram enquanto não arrasaram a minha escolha musical. Também não descansam enquanto não perguntam onde é que eu andei e porque é que não telefonei a dizer que estava no sítio x. Depois são as guerras, como a eterna batalha "Isso é porque tens um PC e devias ter um Mac". Isto não me devia estragar a boa disposição, mas nem sempre se acorda com o humor nos píncaros e às vezes carregam-nos no botão. 

As respostas falsas são:

"Oh, os gostos não se discutem. lol"

e

"Não tive oportunidade, querida. lol"

e

"Pois é, da próxima compro um Mac. lol"

As pessoas ficam todas contentes porque lhes dei razão ou meia razão ou porque lhes dei oportunidade de se sentirem importantes e relevantes.

As respostas verdadeiras são:

"Vai comer merda porque uma pessoa que lista Shakira como cantora favorita devia ser abatido."

e

"Ao contrário da maioria dos membros da tua família, eu tenho polegares oponíveis e o que não me faltam são ocasiões para ignorar as tuas chamadas!"

e

"Devia ter um Mac? Também devia ter um Bugatti Veyron para atravessar a Vasco da Gama em minuto e meio mas não tenho!"

Porque não apagas tu estas pessoas, Karvela Filipa? Porque não quero. Porque não posso, nalguns casos, sem ter que explicar que o Facebook não é a realidade, o Facebook é só uma rede social. Como é que se diz "Não é uma coisa de vida ou morte nós já não sermos amigos no Facebook porque na vida tu já és um sapo que eu tenho que engolir"? Se calhar tenho que arranjar uma resposta falsa, tipo "Sou tão tonta, enganei-me no botão. lol...?"

Ora, eu não tenho 15 anos, eu já ultrapassei as hormonas e as inseguranças, sou mais activa no Facebook do que deveria, de facto, mas já dizia o cóboi, "I can't quit you". A minha relação de amor ódio com o Facebook e com as pessoas que tenho que tolerar há-de chegar a uma resolução (possivelmente é mesmo fazer a limpeza final) mas por agora só queria mesmo fazer queixinhas. 

Karvela