Sinto que há algo de visceralmente errado com as pessoas que dizem que não gostam de dias nos quais são obrigadas a divertir-se.
Li ontem num blogue muito popular que a menina não gosta da passagem de ano nem do Carnaval porque é forçada a divertir-se. A menina queixa-se que a obrigam a, pavor, horror, quéisto?, divertir-se. E, mais, forçam-na, coagem-na, é praticamente tocada em sítios impróprios se decidir ficar em casa!
Ser forçada a divertir-me, arrastarem-me pelos pés enquanto cravo as unhas no chão gritando "NÃO! Ver os meus amigos nããããããão!" não é coisa que me apoquente. Pessoalmente não gosto é daquelas datas nas quais somos sodomizados. Nem daquela segunda-feira em que levamos com o volume S da enciclopédia na cara. Também não aprecio o Dia Nacional de Apertar Mamilos Com Cabos de Bateria e nem me falem do ritual aqui da terra que consiste em mergulhar num jerrican cheio de restos da ETAR e vidros partidos quando se faz 13 anos.
Há gente que aprecia mesmo cultivar a melancolia. Não há pachorra. Não quer? Não vá! Cuspidela na narina das pessoas que se queixam do divertimento dos outros. PTUI! Fica em casa a chorar, hipster.
Karvela
Comentários
Mas não gosto da passagem do ano, na passagem do ano gosto de dormir e estar sossegada... e sabes o que me chateia? As pessoas não compreenderem isso! Agora o meu gajo é como eu e a passagem do ano é passada em casa, mas durante muitos anos fui obrigada a mentir... dizia a uns amigos que ia passar com outros e vice-versa... para não ter de estar a ouvir o nhanhanha do anda lá, e quem é que nao gosta de festas e bla bla bla!
Olha, a única passagem de ano que eu queria passar mesmo e ver passar era a de 1999 para 2000, por mais nada senão por ser o ano mítico, embora soubesse que não era dobragem de século nem de milénio, e... adormeci! Oito dias mais tarde soube que vinha lá o quarto filho a caminho, há-de ter sido o petiz que me adormeceu.
Cansada como ando, então...
Adoro divertir-me, mas não acho que deva haver horas e dias marcados para isso, e muito menos acho que ninguém é obrigado a.
Quando não apetece, não vai e mai nada.