The day my brain fell inside the toilet. A cautionary tale.

Sábado, dia 13 de Novembro, fui ver o Gru. Essa é a parte boa (muito boa, mesmo!).

Ao jantar, como já andava a sarrazinar o kramer há meses para ir ao Aya Bistrôt, lá me fez a vontade e levou-me a comer sushi. Já conhecíamos o sítio, bem catita, sempre bem referenciado mas ontem estava invulgarmente quente. E eu, piadista de excelência, lá dizia "Isto o que o peixe cru quer é calorzinho..."... e paro de comer. kramer estranhava a falta de apetite, à qual eu respondia com um magro "Estou sem fome, sei lá." De repente acende-se um fogo cá dentro equivalente a mil sóis. E foi ver uma Karvela coradinha do calor do Bistrôt a correr agarrada ao cabelo. 

Ora, se há uma coisa que eu tenho orgulho em dizer é "Pá... raramente vomito... é uma coisa que eu faço, raramente vomito". E há outra coisa que eu não entendo, que é quando me vêm dizer que já viram casas-de-banho todas borradas ou vomitadas. Todas? Até o tecto? Hesito. Descreio. 

Tendo em conta, então, que não aprecio gente exagerada, é com um mal disfarçado orgulho barra eish-tão-cedo-não-como-sushi que posso dizer que o vómito que seguiu a refeição de ontem foi épico. Tão épico que havia tanto líquido no chão quanto nas botas. Tão épico que atingiu toda a largura do compartimento do wc de centro comercial. Tão épico que, ao limpar as botas e o chão, apercebi-me que havia ainda mais para limpar na parte de baixo da sanita. Tão épico que o cozinheiro nipo-brasileiro sentiu uma pontada no peito. 

Perdoai-me, senhoras da limpeza das Twin Towers. Eu juro que fiz o melhor que pude dadas as circunstâncias. Mas é que foi completamente impossível o exercício do abraço à porcelana, que é tão caro a todos nós quantos já nos sentimos mal na nossa casa ou na de amigos, aquele doce amplexo branco, misto de alívio e lágrima. Numa casa-de-banho pública é impensável a prática da genuflexão-regurgitação.  

Proponho mesmo a seguinte hipótese, após o trabalho empírico deste fim-de-semana: a prática da genuflexão-regurgitação é proporcionalmente inversa à familiaridade que o indivíduo tem com o equipamento sanitário para onde está a exercer o seu direito de vómito. 

Com esta vos deixo e agora vou hidratar-me e lavar os dentes, que parece que comi um rato de esgoto enquanto ele estava a cagar depois de ter jantado no Aya Bistrôt. 

Karvela

Comentários

Anónimo disse…
Tadita.. e eu que costumo lá almoçar... se calhar já lá não volto.
Ana Isabel Gândara
Ana Margarida disse…
:S Lamento... No dia 30 escolhemos outra coisa. Depois disto nem eu consigo comer sushi. Por enquanto.