Pipoca bashing
A Pipoca Mais Doce é um blog muito conhecido e que já rendeu à autora, jornalista de ofício, um livrinho e tudo. Nada mau, miúda. Parabéns. Que um dia me aconteça o mesmo vezes mil e em melhor.
Mas a verdade é que tenho uma relação ambígua com a Pipoca.
Ela gostaria de ser a Carrie do Sexo e a Cidade.
E ela gostaria de ser one of the boys, porque vai à bola e isso.
E ela gostaria de ter piada.
Mas falha constantemente em todos os campos. Nem é bem falhar, é faltar-lhe um bocadinho assim, é faltar-lhe uma pitada de sal, um je ne sais quoi que se nota nos posts à légua. Há ali um bocadinho de calhau limitado misturado com betinha genérica que, se filha minha sair assim, vou ter que a abortar pelo método caçadeira.
O que me irrita na Pipoca e nos seus seguidores (nos quais eu me integro, não nego!) é a intelectualidade pretendida (e nunca atingida) entrecortada por posts sobre sapatos e sobre como o meu fim-de-semana foi tão espectacular e escrevo para montes de sítios diferentes e tudo o que eu escrevo é de uma banalidade sonífera. Para ajudar, anda muito preocupada com os anónimos. Melhér, filha, rapariga: não podes agradar a todos, tenho a certeza que dizes que sabes bem disso, mas também tenho a certeza que muitas vezes sais para a rua com os teus saltinhos a enfiarem-se na calçada, furiosa porque alguém disse que tens cara de cavalo. Que até nem tens.
O Abrupto assume-se na sua intelectualidade. A Jú assume-se na sua futilidade (não confundir com falta de inteligência, que eu amo a Jú!). Eu assumo-me como parva, bem parva. Os blogs não têm que ser temáticos, não têm que estar em brasa todos os dias. A Pipoca tem alguns posts bem giros. Mas depois há uma falta de carisma atroz. Se a sentassem num autocarro com o João Pedro Pais, com a Mafalda Veiga e com o Sócrates ao volante, haveria certamente crianças na rua a gritar “Mãe, mãe, vai ali um autocarro vazio a andar sozinho”
Não sou, habitualmente, daquelas que diz que o melhor álbum/ filme/ livro foi o primeiro e que depois foi tudo cocó. Mas, de facto, a Pipoca pouco lida e pouco comentada era espontânea, tinha piada natural. Agora começou a comprar sapatos altos e tenho para mim que o ar rarefeito começa a afectar-lhe o raciocínio.
E depois há a infelicidade da miúda não parar de ser fotografada ao lado de carrinhos de pipocas. Já a mim, quando o sucesso chegar, são capazes de me pôr um lagostim em cada mão. E o que nos vamos todos rir quando ficar sem um mindinho… especialmente a Pipoca, depois disto.
Karvela
A Pipoca Mais Doce é um blog muito conhecido e que já rendeu à autora, jornalista de ofício, um livrinho e tudo. Nada mau, miúda. Parabéns. Que um dia me aconteça o mesmo vezes mil e em melhor.
Mas a verdade é que tenho uma relação ambígua com a Pipoca.
Ela gostaria de ser a Carrie do Sexo e a Cidade.
E ela gostaria de ser one of the boys, porque vai à bola e isso.
E ela gostaria de ter piada.
Mas falha constantemente em todos os campos. Nem é bem falhar, é faltar-lhe um bocadinho assim, é faltar-lhe uma pitada de sal, um je ne sais quoi que se nota nos posts à légua. Há ali um bocadinho de calhau limitado misturado com betinha genérica que, se filha minha sair assim, vou ter que a abortar pelo método caçadeira.
O que me irrita na Pipoca e nos seus seguidores (nos quais eu me integro, não nego!) é a intelectualidade pretendida (e nunca atingida) entrecortada por posts sobre sapatos e sobre como o meu fim-de-semana foi tão espectacular e escrevo para montes de sítios diferentes e tudo o que eu escrevo é de uma banalidade sonífera. Para ajudar, anda muito preocupada com os anónimos. Melhér, filha, rapariga: não podes agradar a todos, tenho a certeza que dizes que sabes bem disso, mas também tenho a certeza que muitas vezes sais para a rua com os teus saltinhos a enfiarem-se na calçada, furiosa porque alguém disse que tens cara de cavalo. Que até nem tens.
O Abrupto assume-se na sua intelectualidade. A Jú assume-se na sua futilidade (não confundir com falta de inteligência, que eu amo a Jú!). Eu assumo-me como parva, bem parva. Os blogs não têm que ser temáticos, não têm que estar em brasa todos os dias. A Pipoca tem alguns posts bem giros. Mas depois há uma falta de carisma atroz. Se a sentassem num autocarro com o João Pedro Pais, com a Mafalda Veiga e com o Sócrates ao volante, haveria certamente crianças na rua a gritar “Mãe, mãe, vai ali um autocarro vazio a andar sozinho”
Não sou, habitualmente, daquelas que diz que o melhor álbum/ filme/ livro foi o primeiro e que depois foi tudo cocó. Mas, de facto, a Pipoca pouco lida e pouco comentada era espontânea, tinha piada natural. Agora começou a comprar sapatos altos e tenho para mim que o ar rarefeito começa a afectar-lhe o raciocínio.
E depois há a infelicidade da miúda não parar de ser fotografada ao lado de carrinhos de pipocas. Já a mim, quando o sucesso chegar, são capazes de me pôr um lagostim em cada mão. E o que nos vamos todos rir quando ficar sem um mindinho… especialmente a Pipoca, depois disto.
Karvela
Comentários
Acredito que mais que inveja seja esta pergunta: "Aqueles burros seguidores dela comentam uma fotografia com um par de sapatos. Eu ponho aqui uma obra literária e aparecem 3,4 comentários"... Frustrante, sem dúvida!
É pena que a blogosfera se tenha tornado e se tenha vindo a tornar um mundo cada vez mais fictício... Os blogues eram supostos diários...
Ah! Parece que não!
Nuno... Nuno, Nuno, Nuno. Não te abespinhes por ela ter uns pés bonitos dignos de usar saltos e tu não. Noto, já agora, que as tuas obras literárias profundíssimas também têm uma batelada de comentários. Frustrante, sem dúvida.
Piston, isto agora tem moderação por causa do spam. E porque se alguém escrever uma coisa que me desagrade eu não aceito. Muahahahahah muahahahahaha
Nuno, está nas tuas mãos defenderes-te como puderes. (ia dizer como um homem, mas depois repensei)
E sim... Toda a gente que tem um blog sonha secretamente com ter 50 comentários por post. É isso e escrever como se fosse um diário.
Dentro do generalista prefiro-te a ti, à Maria do consultório, à lady oh my dog e à miss kitcsh. Depois existem outros que não visito diariamente, mas que gosto de ler de vez em quando.
O que não suporto muito futilidade de uma só vez. O problema é que há uma diferença entre blogues que são fúteis mas têm piada e outros são só fúteis. E isso já é mais complicado.
Parece-me que essa Pipoca é de um cinema que já não tem filmes novos e que já está a fechar, mas que ainda não se deu conta.
Corta essa Pipoca, vai meter umas mamas novas como a Lucy e arranjar um Sanhá, Bijagó ou Djaló.