Dos funerais. Encore.

Quando alguém morre assistimos à ditadura do inho. Desde o porbrezinho ao coitadinho, ainda assim socialmente aceitáveis. Até ao doentinho, já esticanço; ao bracinhos e perninhas, o que já está ao nível de autismo.

O meu avô paterno toda a vida foi um mamute. Quando morreu era tudo menos um inho. Era um bisonte. E um bisonte que, aliás, não foi a melhor pessoa do mundo em vida. A não ser que a expressão fosse "filhinho da puta", não vejo como o meu avô poderia ser um inho. Mas como depois, em velhinho, se tentou redimir sendo simpático, aposto que alguém usou o sufixo inho, mesmo que apenas na expressão "Mas como depois, em velhinho, se tentou redimir..."
Por este andar, devido ao meu amor por refrigerantes e gorduras, vou morrer bem obesa. Que fique em acta que a pessoa que me inhe no velório seja escoltado por um senhor da Servilusa, que lhe mostrará o caminho para dentro de uma bonita gaveta no Alto de São João onde poderá passar algum tempo a reflectir sobre o que disse.

Karvela

Comentários

Flávio disse…
Quer dizer que não posso chamar gordinha ou maluquinha? Nem o clássico: "Deu-lhe a travadinha"?
You're no fun.
Arnaldoooooo disse…
Tu nunca serás obesa. Quanto muito mal chegues aos 70kg vais começar a vomitar e viras uma kate moss.

Da mesma forma que nunca vais morrer. És tal e qual eu....serem imor(t)ais. Seremos insuportáveis quando tivermos 230 anos....