Da classe médica
Ou
Para me limpar um bocadinho de ter um caixão no Le Photomaton de hoje
Foram uns meses bem chatos que se passaram com o avô do Kramer. Entrou para o Amadora Sintra com um dedo negro, morreu dois meses depois com uma perna amputada e uma embolia pulmonar. Certo, era idoso. Certo, o corpo não responde como aos 20 anos. Não o visitei muitas vezes. Tal como não visitei muitas vezes os meus avós paternos que, também eles, entraram no hospital e sairam sobre rodas. In a bad way.
Do caso dos meus avós não me lembro muito bem. Sei que os três que conheci morreram todos depois de tomar o pequeno-almoço - a primeira comeu e quinou, a segunda comeu e quinou à mesa só para acagaçar os outros velhos do lar (boa, Julinha, boa!), o terceiro comeu e quinou - o que diz muito sobre o apetite na minha família. "Bem, eu até tenho os órgãos internos a falhar, mas macacos me mordam se este café com leite não está um mimo!"
Mas não me lembro particularmente das situações médicas de cada um. Com o avô do Kramer foi tudo bastante surreal. Houve mesmo um momento em que disseram às filhas que não costumam operar gente idosa porque morrem de qualquer maneira. A mãe do Kramer, mulher com um par de bolas maior do que muitos senhores que andam para aí a ajeitar os amendoins, um dia confrontou o médico:
Sogra - Desculpe lá as perguntas, Dr., mas e se fosse o seu pai, não fazia tudo para que sobrevivesse?
Médico - Claro que fazia. Mas não gostei dessa sua pergunta.
A sogra, fragilizada, comeu e calou. A resposta tanto Karveliana como Krameriana como Canibalesca, como Black Sheepesca teria sido algo como: "Não gostaste da perguntinha, flor? Tiraste 19 a tudo para entrar em Medicina, perdeste a virgindade aos 26 anos com uma prima direita, por isso já ias para o caralho. Mas vai com cuidado, agacha-te no elevador, para não bateres com o par de cornos que deves ter por acumular público com privado e veres a tua família meia hora por dia!"
A minha avó Júlia, aos 84 anos, descobriu que estava a cegar por ter cataratas. A médica disse "Ah, ela já não dura muito, não vale a pena...". O irmão do meu pai, senhor que até nem costuma ser particularmente bélico, armou tal barracada que não só a velhota foi operada como viveu até aos 92 anos e ainda leu Os Maias, versão de bolso, que eu tinha comprado no 12º ano e lhe emprestei uma vez que já não precisava.
Ou seja:
1. Testes vocacionais para a classe médica já!
2. Vão todos pela sombra que quando o meu cão caga na cozinha quente a tendência é cheirar mal e o desodorizante está caríssimo!
Karvela (Props para o meu médico de família, que me conhece há mais de 20 anos e que é uma das melhores pessoas do Mundo, provando que nem todos são iguais)
Ou
Para me limpar um bocadinho de ter um caixão no Le Photomaton de hoje
Foram uns meses bem chatos que se passaram com o avô do Kramer. Entrou para o Amadora Sintra com um dedo negro, morreu dois meses depois com uma perna amputada e uma embolia pulmonar. Certo, era idoso. Certo, o corpo não responde como aos 20 anos. Não o visitei muitas vezes. Tal como não visitei muitas vezes os meus avós paternos que, também eles, entraram no hospital e sairam sobre rodas. In a bad way.
Do caso dos meus avós não me lembro muito bem. Sei que os três que conheci morreram todos depois de tomar o pequeno-almoço - a primeira comeu e quinou, a segunda comeu e quinou à mesa só para acagaçar os outros velhos do lar (boa, Julinha, boa!), o terceiro comeu e quinou - o que diz muito sobre o apetite na minha família. "Bem, eu até tenho os órgãos internos a falhar, mas macacos me mordam se este café com leite não está um mimo!"
Mas não me lembro particularmente das situações médicas de cada um. Com o avô do Kramer foi tudo bastante surreal. Houve mesmo um momento em que disseram às filhas que não costumam operar gente idosa porque morrem de qualquer maneira. A mãe do Kramer, mulher com um par de bolas maior do que muitos senhores que andam para aí a ajeitar os amendoins, um dia confrontou o médico:
Sogra - Desculpe lá as perguntas, Dr., mas e se fosse o seu pai, não fazia tudo para que sobrevivesse?
Médico - Claro que fazia. Mas não gostei dessa sua pergunta.
A sogra, fragilizada, comeu e calou. A resposta tanto Karveliana como Krameriana como Canibalesca, como Black Sheepesca teria sido algo como: "Não gostaste da perguntinha, flor? Tiraste 19 a tudo para entrar em Medicina, perdeste a virgindade aos 26 anos com uma prima direita, por isso já ias para o caralho. Mas vai com cuidado, agacha-te no elevador, para não bateres com o par de cornos que deves ter por acumular público com privado e veres a tua família meia hora por dia!"
A minha avó Júlia, aos 84 anos, descobriu que estava a cegar por ter cataratas. A médica disse "Ah, ela já não dura muito, não vale a pena...". O irmão do meu pai, senhor que até nem costuma ser particularmente bélico, armou tal barracada que não só a velhota foi operada como viveu até aos 92 anos e ainda leu Os Maias, versão de bolso, que eu tinha comprado no 12º ano e lhe emprestei uma vez que já não precisava.
Ou seja:
1. Testes vocacionais para a classe médica já!
2. Vão todos pela sombra que quando o meu cão caga na cozinha quente a tendência é cheirar mal e o desodorizante está caríssimo!
Karvela (Props para o meu médico de família, que me conhece há mais de 20 anos e que é uma das melhores pessoas do Mundo, provando que nem todos são iguais)
Comentários
Além disso tudo, têm tanta mania no cuzinho que até mete nojo. Ah tiveram média de 19 para entrar na Faculdade?! Olha, curioso, eu também, mas não foi por isso que fui pra Medicina. Das pessoas da minha idade que entraram em Medicina , só aí umas três é que têm jeito para aquilo (até ver)... e infelizmente, eu ainda conheço muitos "futuros médicos".
Nem me fales em médico de família. O meu reformou-se e também já me conhecia desde gaiata e agora não temos médico de família. E ele era the best!!! Enfim... sem comentários.
Assino por baixo
Quando fosse desta para melhor, gostaria de um estilo "à la Julinha"!