Busy Karvela
Ou
Monday to Friday in a nutshell

Sábado passado: e-mail ao meio-dia.
"Ah e tal é melhor ir à sessão de apresentação do Doutoramento, que é, tipo, vá, segunda-feira às 18h"
Pânico. Fui comprar um caderno. Calma imediata.

Domingo: Óscar no braço direito, gata que saltara para o meu quintal na mão esquerda. Resultado: quatro a zero para a gata porque fiquei com quatro finos arranhões nos nós dos dedos quando o Óscar, longo salsicha, conseguiu morder-lhe o rabo e a escoteirinha se assustou. Já não se fazem gatos como o meu Pirilau, que dá porrada no focinho do Óscar e o parvo ainda abana o rabo de feliz.

Segunda-feira: "Chefe, começo as aulas hoje!". Explico que recebi um e-mail ao meio-dia de sábado. Está bem, diz a sua boca, esta porca está a mentir, dizem os seus olhos.
18h: "Ah e tal isto vai ser a doer" - eu até já sabia, mas não esfreguem sal na ferida. Vantagem imediata: uma das minhas grandes amigas de secundário é minha colega de turma. Os restantes parecem simpáticos mas um bocado a dar para o engravatados. Numa desesperada tentativa de parecer menos mal vou de calças pretas, casaco preto e mocassins. Gente vestida de traje académico praxa caloiros e ninguém olha sequer de lado para mim. Fiz um ar de confusa e perdida e nem assim. Juntei-me aos outros adultos que esperavam pelos nossos Professores e tentei integrar-me. Não me identifico com os grandes mas decididamente já não faço parte dos pequeninos. Quando me sentei, via-se a tatuagem no pé e os arranhões na mão. Bem vindos, diziam as suas bocas; Olha uma freak auto-mutiladora, diziam os seus olhos.

Terça: Trabalho, tanto trabalho que cheguei a casa e apaguei.

Quarta: vou inscrever-me nas optativas do Doutoramento e pego-me com uma mal-disposta. A uma cadeira pedi equivalências, que já a tenho mais que feita (e com 17, caraças!); na outra inscrevi-me mesmo, que se calhar até dá jeito ter umas aulas de "research design", visto que apesar de doutoranda sou uma naba a construir quadros práticos de pesquisas sociológicas. É mais ou menos neste ponto que me apercebo que a minha vida é fascinante e contemplo o suicídio. Passado isto, fui para casa e dormi.

Quinta: dia de trabalhar até às tantas lá na chafarica. O evento foi interessante, o jantar foi ainda mais. Descubro que uma das Professoras que mais respeito e admiro lê o Lagostim. Respeito e admiro. Muito. Aqui apercebo-me que um dos posts da semana anterior tinha a expressão "putana" e chegando a casa durmo, tentando olvidar que até há quem ainda leia este pasquim electrónico. Emerge um padrão de sono.

Sexta: O dia da ressaca. Total. Trabalhei um bocadinho mas pouco mais, que estava, digamos, com sono. Pela segunda vez esta semana janto sandes de atum. Porque posso. Na verdade, enquanto escrevo este post janto a terceira (tecnicamente a sexta). Porque posso.

Hoje acordo, visto umas calças que não me serviram durante todo o Verão e ficam largas... perdi dois quilos. Numa lógica simples, depreendo que se não escrever no blog durante duas semanas perderei quatro quilos, afastando qualquer possibilidade das sandes de atum poderem ter efeitos no meu peso a curto prazo.

Não sei o que mais escrever. Espero que os meus colegas de Doutoramento sejam cannon fodder a partir de segunda-feira porque isto de levar mais o carro faz com que os cromos dos transportes só lá estejam de quarta a sexta; e esta mania que eu agora apanhei de trabalhar no trabalho em vez de blogar no trabalho está a prejudicar seriamente o rácio do Lagostim.

Karvela (e agora tenho sono outra vez... depreendo que o atum dá sono)

Comentários

Bxana disse…
Não é bem o atum que dá sono...
Restelo disse…
Oh minha querida facebook-friend:
ou tu começas a trabalhar menos ou ainda se te dá um xilique!
Apesar de me ter fartado de rir com este resumo semanal tenho a dizer que viver de sandes de atum não é bom! Até porque como já tu comprovaste, o atum dá sono! (eheheh)