I see dead people
ou
De arrepelar os pelinhos do esfíncter
Eu tenho um vizinho psicopata que há pouco tempo partiu um pé. Ontem de manhã decidiu levar duas cadeiras para o passeio em frente à sua porta, sentar-se numa e assentar o pé na outra. Esta segunda cadeira estava a uns meros 20 cm. do meu rico e recém-pintado João Pedro; por isso, com o pretexto de ir às compras, eram umas 10h30, agarrei no carro e fui dar uma volta com o intuito de daí a uns minutos regressar e estacioná-lo noutra parte da rua.
Mas a voltinha estava a saber-me bem e ainda andei uns 10 minutos pelas ruas do Samouco, a um sábado de manhã, com um ventinho agradável... até que vejo a D. Ilda. A D. Ilda é uma velhinha amorosa que foi costureira muitos anos e que gostava muito de mim. E eu dela, em boa verdade. Não podia passar pela casa dela sem que ficasse pelo menos meia hora a ouvir que estava muito bonita, que gostava muito de mim, "beijinhos para a mãe". Ultimamente a idade apanhou-a e ela ficou um bocadinho taralhouca e já só me reconhecia às vezes.
Ontem vou eu, então, com o vento na melena, quando vejo a D. Ilda numa passadeira. Como todas as pessoas idosas, nem sempre estar na passadeira significa atravessar a passadeira, por isso abrandei, não vi sinais de movimento em frente, e devagarinho passo por ela. Ia dizer-lhe adeus, mas não a quis confundir, e lá regressei eu para casa, estacionando o carro longe do tarado entrevado.
Conversa de hoje de manhã:
Karvela-mãe: Sabes quem morreu ontem?
Karvela: Quem?
Karvela-mãe: A D. Ilda.
Karvela: A avó da C.?
Karvela-mãe: Sim... já estava mal há algum tempo, nem saía de casa.
Karvela: Espera! Mas eu vi a D. Ilda ontem quando saí de manhã!
Karvela-pai: Impossível! Ela morreu às 6 da manhã...
Não é fácil tirarem-me as palavras da boca. Mas com esta me calaram. Eu sei que velhinhas vestidas de preto, cabelo branco e óculos é mato numa terra pequena. Mas, cum catano, eu juro por tudo que eu vi a D. Ilda, em frente à passadeira, às 10h35 da manhã de sábado, aparentemente, quatro horas depois dela morrer.
Karvela (I see [recently] dead people!)
ou
De arrepelar os pelinhos do esfíncter
Eu tenho um vizinho psicopata que há pouco tempo partiu um pé. Ontem de manhã decidiu levar duas cadeiras para o passeio em frente à sua porta, sentar-se numa e assentar o pé na outra. Esta segunda cadeira estava a uns meros 20 cm. do meu rico e recém-pintado João Pedro; por isso, com o pretexto de ir às compras, eram umas 10h30, agarrei no carro e fui dar uma volta com o intuito de daí a uns minutos regressar e estacioná-lo noutra parte da rua.
Mas a voltinha estava a saber-me bem e ainda andei uns 10 minutos pelas ruas do Samouco, a um sábado de manhã, com um ventinho agradável... até que vejo a D. Ilda. A D. Ilda é uma velhinha amorosa que foi costureira muitos anos e que gostava muito de mim. E eu dela, em boa verdade. Não podia passar pela casa dela sem que ficasse pelo menos meia hora a ouvir que estava muito bonita, que gostava muito de mim, "beijinhos para a mãe". Ultimamente a idade apanhou-a e ela ficou um bocadinho taralhouca e já só me reconhecia às vezes.
Ontem vou eu, então, com o vento na melena, quando vejo a D. Ilda numa passadeira. Como todas as pessoas idosas, nem sempre estar na passadeira significa atravessar a passadeira, por isso abrandei, não vi sinais de movimento em frente, e devagarinho passo por ela. Ia dizer-lhe adeus, mas não a quis confundir, e lá regressei eu para casa, estacionando o carro longe do tarado entrevado.
Conversa de hoje de manhã:
Karvela-mãe: Sabes quem morreu ontem?
Karvela: Quem?
Karvela-mãe: A D. Ilda.
Karvela: A avó da C.?
Karvela-mãe: Sim... já estava mal há algum tempo, nem saía de casa.
Karvela: Espera! Mas eu vi a D. Ilda ontem quando saí de manhã!
Karvela-pai: Impossível! Ela morreu às 6 da manhã...
Não é fácil tirarem-me as palavras da boca. Mas com esta me calaram. Eu sei que velhinhas vestidas de preto, cabelo branco e óculos é mato numa terra pequena. Mas, cum catano, eu juro por tudo que eu vi a D. Ilda, em frente à passadeira, às 10h35 da manhã de sábado, aparentemente, quatro horas depois dela morrer.
Karvela (I see [recently] dead people!)
Adenda: afinal mamãe descobriu, no funeral da D. Ilda, que a senhora afinal morrera à tarde. De qualquer modo, ela não estava no Samouco, estava na casa de um filho, já bastante doente, há vários dias. I see [almost] dead people?
Comentários
the duke
P.S: E ouvi dizer que estao a preparar uma equipa dos GOE com partida do Julio de Matos e destino ao Samoco....
sério!... acontecem...
podia ser victan a +...mas isso iria fazer com que ficases sem reflexos e atropelasses a d. Ilda versão visão...
a sério ...acontecem...
lol
e
LOL
mas pronto, parvoíces à parte, os meus sentimentos.