Dos casamentos

Em três semanas tenho três eventos: o casamento de uma das minhas melhores amigas (foi no dia 29), o casamento de uma amiga do Kramer e as grandes comemorações dos 30 anos do Kramer.

O casamento da minha amiga foi muito giro, muito tradicional, num sítio catita para se estar no convívio. A nossa mesa era gigante, tinha 12 pessoas e de gajas era composta pela grande maria, omnipresente na minha vida, de uma miúda que eu conhecia mal, mas que foi achincalhada no defunto hi5 Porcas e à qual perguntei calmamente que me contasse a experiência (kudos para a maneira como me explicaste, pá, és grande! E grande noite que tivemos, porque passámos 90% do tempo a conversar entre nós!), esta que vos escreve, uma outra amiga que é nojentamente bonita, inteligente e interessante e um dia terá de aparecer morta num milharal, uma outra amiga de infância que deve ser a única pessoa que me consegue dar a volta com o seu sentido de humor e, finalmente, uma outra rapariga, lindíssima mas que é uma espécie de tronco com olhos. E não estou a falar sequer de troncos ocos, estou a falar daqueles troncos muito densos, que se atiram para a lareira e demoram que tempos a queimar porque não perceberam ainda muito bem o que é suposto estarem a fazer dentro da lareira. Ainda por cima o seu acompanhante é uma proposta de médico do mais pedante e do mais tenho-um-aperto-na-região-anal-e-por-isso-é-que-não-tenho-expressão-e-falo-demasiadamente-de-consumos-de-veículos jamais visto na Margem Sul do Tejo.

Por uma vez na vida consegui conversar com a miúda que é um tarolo loiro por mais de 10 minutos seguidos sem ter refluxo mas houve momentos bem simpáticos. Durante uma conversa na qual explicávamos desde quando nos conhecíamos:

Karvela - "Sabes, eu conheço-te há muitos anos porque a avó do Fabricius foi tua ama!"
Menina-Tarolo - "Ah... não me lembro, desculpa..."
Karvela - "É, eu sei, eu sou daquelas pessoas fáceis de esquecer!"

Toda a mesa se ri menos ela, que não entendeu a piada, e eu juro que ouvi o som de rímel a escorrer dos olhos lacrimejantes da maria.

Segunda frase que ficou para a noite. Ela não se lembrava de qualquer coisa banal, não se conseguia mesmo lembrar, mas em vez de ficar calada ou dizer algo como "não me lembro agora, deixa lá" ou, a la Karvela "desde que tive o tumor na cabeça esqueço-me das coisas, mas é normal", não:
"Sabes, eu dou explicações de matemática e às vezes para me lembrar da matemática esqueço-me de outras coisas..."

O Kramer, ofuscado pela beleza externa da moça, ainda a desculpou, dizendo "Mas ela é licenciada em matemática, é inteligente!".

Sim, querido, pessoas que precisam de mudar a mobília no cérebro sempre que alguém lhes dá uma informação nova são extremamente inteligentes. Posso não ser tão bonita quanto ela, mas pelo menos sei letras de músicas obscuras, falas do Seinfeld e ainda consigo mexer num computador e fazer o meu trabalho. Devo ser um génio.

Karvela (mais casamentos e/ ou aniversários em breve)

Comentários

Restelo disse…
Então e não comentas os vestidos, os sapatos e os penteados?
Anónimo disse…
"Sabes, eu dou explicações de matemática e às vezes para me lembrar da matemática esqueço-me de outras coisas..." fez-me lembrar porque é que as loiras têm mais um neurónio que os cavalos.






é para não cagarem nos desfiles.
Wyrm disse…
bem, lembrar-se de falas do seinfeld pode ser sinal de inteligência em alguns circulos sim...

(:) so para ser mete nojo...)