O 28 da Carris, esse flagelo

Hoje ao fim do dia, de regresso a casa, viajo no famigerado 28. A meio decido ouvir a conversa de um grupo que lá ia:

Moça 1 - Meu Deus!
Moço Único - Esse gajo deve-me dinheiro.
Moça 1 - Quem? Deus?
Moço Único - Sim. Toda a gente diz "Deus te pague, Deus te pague" e eu não vejo nada.
Moças várias - hahahahaha
Karvela espetando um garfo mental no olho.
Moço Único - Temos que chamar o cobrador do fraque.
Moças várias - hahahahaha
Karvela rodando o garfo até apanhar os quatro canais e descodificar a Sport TV no cérebro.

Não fossem as piadas cliché e os risos ocos já suficientes, o senhor à minha frente vira-se para o companheiro de viagem e diz "Queres?", estendendo-lhe um frasco de óleo Johnson's. Aí esqueci-me da vida e atirei-me do autocarro em andamento enquanto gritava "Mãezinha, por favor, mais não!". Fiquei lúcida o tempo suficiente para parar e perceber que era para as mãos, talvez por serem pessoas que, sei lá, trabalham e essas coisas que eu não entendo bem.

Karvela (ahhh, o pós Carnaval... tudo parece uma intensa e imensa ressaca!)

Comentários

Restelo disse…
Eu também andava nesse belo 28. Quando as outras hipóteses eram o 32 e o 49 (autocarros velhos sem ar condicionado), a escolha fica fácil...
stubby_boardman disse…
pelo menos tens entretenimento no autocarro... eu gramo viajens de 5 horas a cada 15 dias e não há nada do género...

exepto talvez as brasileiras a contarem a vida toda a uma desconhecida...

ainda hei-de postar essa no meu blog... --'