Coisa de pobre parte II

Revoltada com os preços ridículos que se praticam nos cabeleireiros, e impossibilitada de lhes fugir enquanto insistir em ser loira, decido que a poupar que seja na depilação. Férias, praia, bikini socialmente inaceitável para uma pessoa com 58 kg. Nada de pelames. Gorda por gorda, que seja uma gorda estúpida (vide post anterior) mas que não tenha ainda por cima três centímetros de palha de aço à vista dos restantes.

Nas compras descobri, então, a miragem pela qual tenho esperado (girls, you know what I'm talking about): aquela cera que as esteticistas usam, que se aquece, que arrefece na pele e depois se puxa assim mesmo quando seca, não sendo preciso bandas. Aquilo soou-me a maná dos céus porque as bandas têm sempre o problema de não se adaptarem a certas curvas e aquela cera adapta-se a tudo. Ou pensava eu que sim.

Ontem acabou por ser um dia de aprendizagem. Aprendi:

- Que as pessoas que tiram cursos de esteticista fazem-no por uma razão.

- Que algumas curvas simplesmente não são depiláveis em casa.

- Que as palavras "zona do bikini" e "depilação caseira" nunca devem estar na mesma frase.

- Que ter uma púbis tortamente depilada não é sexy. Parece, isso sim, que deram a cera a um macaco com problemas mentais e lhe disseram: "vá, brinca!".

- Que ainda hoje ter cera nos refegos não é simpático.

- Que no fim não se vê pelame a sair pelo bikini e poupei um dinheirão porque fiz isto em casa.

Como no rock, paper, scissors, a pedra parte a tesoura, o papel envolve a pedra e a tesoura corta o papel, na depilação o dinheiro sobrepõe-se a isso tudo por isso, hey, púbis torta, mas dinheiro no bolso. Prefiro o dinheiro no bolso.

Karvela