Reaching a whole new low



Ontem ao fim da tarde estou mesmo a sair do trabalho quando me liga um amigo:



Amigo - Não te estou a ligar pelos melhores motivos... faleceu a P. (colega de faculdade, da nossa idade, uma merda!)

A besta da Karvela - Eish... mas ela tinha piorado?

Amigo - Sim... o cancro espalhou-se e mesmo com tratamentos acabou por morrer.



A besta da Karvela vê o autocarro mesmo a chegar à paragem.



A besta da Karvela - Olha, vem aí o autocarro... dá-me só um segundo que a outra de morta não passa mas eu ainda tenho um barco para apanhar!


Karvela (Querida P., quando chegar a hora de Karvela, estás autorizada a descer ao Hades e a marcar-me com um ferro em brasa com as tuas iniciais. E se o Grande Gajo lá em cima não te tratar bem, tu vens ter comigo que eu vou lá dar-Lhe uma cabeçada que ele nem sabe de que Paraíso é.)


P.S. A insensibilidade deste momento tem que ser explicada, e deve-se ao facto de eu gostar ou não das pessoas enquanto são vivas. Depois de mortas são pouco mais do que cinzas ou comida para a bicheza, apenas ficam as recordações e o modo como nos relacionámos em vida. Se gostei delas em vida tenho pena que não as possa ver mais ou conversar com elas, mas agora já não dá e resigno-me ao facto. Se não gostei em vida quero mais é que o castigo delas seja um enrabanço diário com um daqueles aparelhos dos topógrafos. E é por isso que não vou a funerais. Não acredito em cadáveres. É gente muito falsa, não respondem, não reagem... não aprecio, pronto!

Comentários

stubby_boardman disse…
ou se calahr tens uma necessidade fisiológica de esconder um momento desconfortável atrás de uma parede de sarcasmos...

és cá das minhas...
Arnaldoooooo disse…
Realmente és assim. E é bom. Também eu gostava de ver assim a vida :)

(k)