Vénias
A coragem para a comédia dos responsáveis pela 2: (RTP 2, TV2) sempre mereceu a minha mui curvada vénia. Inadvertidamente, esses senhores que só aparecem em genéricos como directores de programas ou cargos afins, moldaram muita da minha percepção do que é comédia. Antes dos torrents, dos youtubes, da massificação dos dvd’s, da chegada da cabovisão aqui ao burgo, os quatro canais eram tudo o que eu tinha como referência. Durante muito tempo só gostei do Herman, e sou daquelas que continua a gostar do Herman, parcialmente porque o Markl escreve para ele e eu acho que o Markl mudou o humor português a um nível que nem ele se deve aperceber. Achava o Camilo de Oliveira ridículo, o Fernando Mendes exagerado e nem me lembro de muitos mais para mencionar! Eventualmente, com a Sic, descobri as maravilhas desse clássico que foi o Nunca Digas Banzai, mas mesmo assim, pouco me entusiasmava. No fim dos anos 90 começo a tomar atenção à Britcom, que a TV2 na altura passava aos sábados à noite. Sendo eu uma adolescente muito croma, esperava ansiosamente pelas 23h para ver as minhas séries. Um pouco antes disso já nos tinham dado o Allo Allo e o Black Adder, mas a certa altura há a explosão: The Vicar of Dibley, Faulty Towers, French and Saunders, Absolutely Fabulous, Fast Show (que ninguém se lembra!), Big Train (referência absoluta!), Smith and Jones (em reposição na Sic Comédia, pelo menos até ao fim de Dezembro, altura em que o canal fecha), My Hero, Red Dwarf, League of Gentleman (o nonsense levado a extremos inimagináveis), The Office (com o advento do iPod na minha vida, comprei os três audiobooks do Ricky Gervais, que é muito mais do que o The Office ou o Extras. O Ricky Gervais é, neste momento, o homem mais engraçado do mundo), People Like Us, Keeping Up Appearances, Little Britain. Foi a TV2 que me deu a conhecer os meus adorados Simpsons que, ao fim de 18 anos de série, parecem-me tão frescos como nos primeiros tempos e, mais tarde, a série que me faz estremecer, de tão boa, Futurama.
E, mais tarde, num outro fantástico assomo de rebeldia, começam a passar séries ao início do serão: 2006 foi o ano de Friends, Everybody Hates Chris e Two and a Half Men, mas há já vários anos que passam a bela da série por volta das 20h30. Vénia até ao chão.
Uma segunda vénia a algum humor que se faz hoje em Portugal. Cansados dos Malucos do Riso, valentes utilizadores de referências dos anos 80 e 90, temos não só os meninos que fedem mas também outros autores de comédia mais ou menos conhecidos: João Quadros, Eduardo Madeira, Filipe Homem Fonseca, José Pina, Luís Filipe Borges, o grande Markl, Marco Horácio, Bruno Nogueira, António Machado… todos com projectos de humor para outros e para si (Cebola Mol, Rouxinol Faduncho, O Inimigo Público, os textos do Herman e companhia, o Portugalex na Antena 1, os Caixilhos e Laminados na Comercial, etc., etc., etc.). Vénia para estes senhores. O tempo a ouvir-vos não é perdido.
Na playlist, hoje, temos a série 6 dos Simpsons, com comentários áudio. Sinto-me uma nerd, até porque eles fazem questão de chamar isso às pessoas que ouvem comentários de áudio. O Matt Groening é um porreiro, diz sempre qualquer coisa como “Hi, this is Matt Groening, creator of Milhouse’s eyebrows” ou “Hi, this is Matt Groening, creator of Maggie’s pacifier”, e há lá uns escritores, animadores e realizadores que também são hilariantes. O tresloucado John Lovitz, que esteve num episódio e, por isso, foi lá comentar; a única coisa que se ouve da boca do Groening são gargalhadas, que o Lovitz é um portento (nem de propósito, é um tipo que no Seinfeld tem cancro mas depois não tem cancro e só diz que tem cancro para lhe darem capachinhos porque é careca; e depois morre… mas não de cancro!).
A coragem para a comédia dos responsáveis pela 2: (RTP 2, TV2) sempre mereceu a minha mui curvada vénia. Inadvertidamente, esses senhores que só aparecem em genéricos como directores de programas ou cargos afins, moldaram muita da minha percepção do que é comédia. Antes dos torrents, dos youtubes, da massificação dos dvd’s, da chegada da cabovisão aqui ao burgo, os quatro canais eram tudo o que eu tinha como referência. Durante muito tempo só gostei do Herman, e sou daquelas que continua a gostar do Herman, parcialmente porque o Markl escreve para ele e eu acho que o Markl mudou o humor português a um nível que nem ele se deve aperceber. Achava o Camilo de Oliveira ridículo, o Fernando Mendes exagerado e nem me lembro de muitos mais para mencionar! Eventualmente, com a Sic, descobri as maravilhas desse clássico que foi o Nunca Digas Banzai, mas mesmo assim, pouco me entusiasmava. No fim dos anos 90 começo a tomar atenção à Britcom, que a TV2 na altura passava aos sábados à noite. Sendo eu uma adolescente muito croma, esperava ansiosamente pelas 23h para ver as minhas séries. Um pouco antes disso já nos tinham dado o Allo Allo e o Black Adder, mas a certa altura há a explosão: The Vicar of Dibley, Faulty Towers, French and Saunders, Absolutely Fabulous, Fast Show (que ninguém se lembra!), Big Train (referência absoluta!), Smith and Jones (em reposição na Sic Comédia, pelo menos até ao fim de Dezembro, altura em que o canal fecha), My Hero, Red Dwarf, League of Gentleman (o nonsense levado a extremos inimagináveis), The Office (com o advento do iPod na minha vida, comprei os três audiobooks do Ricky Gervais, que é muito mais do que o The Office ou o Extras. O Ricky Gervais é, neste momento, o homem mais engraçado do mundo), People Like Us, Keeping Up Appearances, Little Britain. Foi a TV2 que me deu a conhecer os meus adorados Simpsons que, ao fim de 18 anos de série, parecem-me tão frescos como nos primeiros tempos e, mais tarde, a série que me faz estremecer, de tão boa, Futurama.
E, mais tarde, num outro fantástico assomo de rebeldia, começam a passar séries ao início do serão: 2006 foi o ano de Friends, Everybody Hates Chris e Two and a Half Men, mas há já vários anos que passam a bela da série por volta das 20h30. Vénia até ao chão.
Uma segunda vénia a algum humor que se faz hoje em Portugal. Cansados dos Malucos do Riso, valentes utilizadores de referências dos anos 80 e 90, temos não só os meninos que fedem mas também outros autores de comédia mais ou menos conhecidos: João Quadros, Eduardo Madeira, Filipe Homem Fonseca, José Pina, Luís Filipe Borges, o grande Markl, Marco Horácio, Bruno Nogueira, António Machado… todos com projectos de humor para outros e para si (Cebola Mol, Rouxinol Faduncho, O Inimigo Público, os textos do Herman e companhia, o Portugalex na Antena 1, os Caixilhos e Laminados na Comercial, etc., etc., etc.). Vénia para estes senhores. O tempo a ouvir-vos não é perdido.
Na playlist, hoje, temos a série 6 dos Simpsons, com comentários áudio. Sinto-me uma nerd, até porque eles fazem questão de chamar isso às pessoas que ouvem comentários de áudio. O Matt Groening é um porreiro, diz sempre qualquer coisa como “Hi, this is Matt Groening, creator of Milhouse’s eyebrows” ou “Hi, this is Matt Groening, creator of Maggie’s pacifier”, e há lá uns escritores, animadores e realizadores que também são hilariantes. O tresloucado John Lovitz, que esteve num episódio e, por isso, foi lá comentar; a única coisa que se ouve da boca do Groening são gargalhadas, que o Lovitz é um portento (nem de propósito, é um tipo que no Seinfeld tem cancro mas depois não tem cancro e só diz que tem cancro para lhe darem capachinhos porque é careca; e depois morre… mas não de cancro!).
Karvela
Comentários
Nada mais a declarar!;)
Lembro-me bem do The Fast Show, a minha versão do sketch do aristocrata alcoolizado era sempre um sucesso nos jantares de curso.
E havia o Channel 9 news: Scorchio!
Boutros Booutos-Ghali!
Gosto muito de quase todas as séries que referiste.
Caso ainda não saibas, a Sic Comédia acaba a 31 de Dezembro deste ano :-(.
Estou a contar os dias para o total desespero.
Organiza as tuas massas e vamos fazer um ataque massivo à TV Cabo. Eles também queriam fechar a Sic Mulher e mudaram de ideias (pressões) será que ainda vamos a tempo?