O aborto

Vou votar sim porque sou a favor do aborto. “Ah, e tal ninguém é a favor do aborto, as pessoas são é a favor da despenalização.”
Eu sou a favor do aborto. Sou a favor da despenalização, mas é muito mais do que isso. Sou a favor que se aborte. Eu quero ter a possibilidade de abortar e não morrer ou ficar infértil porque é feito na clandestinidade. A moral vigente, sobretudo a de cariz religioso, enoja-me e vou votar (e fazer campanha activa) de modo a que o Estado funcione da maneira que deve, ou seja, de modo laico e republicano. Um filho só se justifica se for desejado, esperado ou, quando não esperado, pelo menos aceite. Todas as outras opções não são válidas. Votemos sim, aprovemos a lei, já que o PS não o quis fazer na Assembleia. Quem não quiser abortar, tem bom remédio: tenha lá os filhos indesejados e não me chateie os cornos nem tente mandar no meu útero.

Karvela (no uterus, no opinion!)

Comentários

Anónimo disse…
Eu também vou votar a favor. Tal como fiz no 1º referendo.Mas de certeza que há ainda alguém que vai votar a favor mas é literalmente contra!!!
Anónimo disse…
n podia concordar mais!
estou lá caída e espero q esta gente n va sentar o rabo na raeia c desculpas parvas!
Zariza disse…
O problema disto tudo é que ainda se confunde o Estado com a Religião.... meus amigos uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa certo???

Aos srs religiosos: Eu não vos impeço de ir á missa, de despejar água na cabeça das crianças que ainda n têm voto na matéria nem de construirem santuários, igrejas, catederais e etc cheias de ouro quando muitos morrem á fome pois não???? então deixai-me cá mandar no meu utero e na minha vidinha... e mai nada.

Lagostina amiga tou contigo desculpa lá o testamento mas sabes como é... a mim ninguem me cala... ;)
Vegana da Serra disse…
Eu voto sim!

Já chegaste aos 20 000!
Anónimo disse…
Parvo parvo é confundir os apoiantes do "Não" com a Igreja. Ou os que votam "Não" fazem-no porque vão à missinha todos os domingos? É como eu dizer que os apoiantes do "Sim" são pessoas promíscuas e/ou militantes do Bloco de Esquerda.
Um blog não é sítio para se discutir o aborto, mas não queria deixar de expressar a minha discordância com esse conceito de Não ao aborto = Beata. Muita da peixeirada que se gera à volta da discussão de um tema tão importante como este, parte justamente desse tipo de preconceitos parvos.
Anónimo disse…
Não tenho útero, mas tenho opinião.

Adoro abortos. Este país está cheio deles. São os abortos de cabelinho à fod.... e crucifixo no peito que embelezam este Portugal. Se pudesse fazia um aborto. É bom, é giro, é colorido e o catano.

Voto SIM!!!
Maria Papoila disse…
Mai nada!!!
Totoia disse…
Eu não sou a favor do aborto, como método de contracepção, como já ouvi muito boa gente dizer que é o que vai acontecer, se for legalizado. Simplesmente sou a favor que uma mulher possa decidir levar para a frente ou não, uma gravidez não desejada e não correr riscos se decidir abortar.
Zariza disse…
Só n entendo uma coisa num dos anteriores comentários... Porque é que um blog não é sitio para se discutir o aborto???

Da ultima vez que vi ainda estavamos num pais em que se podia falar de tudo... se posso falar do aborto no café porque é que não posso num blog????
Anónimo disse…
Zariza, relax, ninguém quer voltar ao tempo do Salazar por isso não debites já o discurso de "vivo num país livre e bla bla bla".
Queres discutir o aborto aqui, dá-lhe, o que eu quis dizer é que não vou pôr aqui a minha opinião sobre o assunto que, felizmente, é um pouco mais elaborada do que "esses comunas que querem matar criancinhas devem ir para o Inferno". Para mim, o espaço de comentários de um blog não é para manter discussões como esta.
Zariza disse…
Ok Raquel. Mas para a próxima em vez de dizeres "Um blog não é sítio para se discutir o aborto" diz antes "Um blog não é sitio para eu expor as minhas opiniões sobre o aborto". É que são coisas diferentes sabes??
Anónimo disse…
eu sou contra o aborto. fazer abortos vai ser maneira de arranjar mais tachos. se a criança é indesejada deixa-se a criança nascer e quando esta estiver cá fora dá-se-lhe uma pancada seca atrás da orelha. mais económico, mais eficaz, o mesmo resultado
Eduardo disse…
A diferença entre votar Sim e Não é muito simples. Votar Não é manter o estado das coisas, é continuar a fechar os olhos aos abortos que são e vão continuar a ser praticados, em Portugal ou a 3 cm da fronteira, é continuar a ver os tribunais a não aplicar uma lei.

Votar Sim, é permitir que as mulheres que hoje se escondem ou vão fazer os abortos a 3cm da fronteira, o façam em condições humanas, com acompanhamento médico e psicológico e que não vivam com um estigma de criminosas que não se lhes aplica. Quem aborta não o faz porque QUER...

Votar SIM não vai implantar o aborto... e votar NÃO não vai acabar com ele.

Trata-se apenas de verter para direito positivo, aquilo é a prática corrente do povo que é está sob essas normas de direito.

A consciência de cada um é que em última análise vai continuar a mandar.
Anónimo disse…
Clap Clap clap.
Em grande Sandra. Isso foi um selo directo com direito a KO.

As sras. católicas, devotas, de acabelo armado que vão/foram ali a Espanha fazer um "tratamento" e voltaram sem barriga. Hipócritas!!!

AS mesmas pessoas que falam de caridade e que têm posições políticas que potenciam a desigualdade e o aumento da pobreza.

É melhor ficar por aqui. Não tenho a certeza se é o local adequado para debater estas coisas.
Anónimo disse…
Já que a batata quente está nas nossas mãos (povo), votemos.
No great expectations, mas...
triss disse…
Voto Sim por duas razões: sou a favor da despenalização do aborto, e sou a favor da LIBERDADE.
As mulheres são livres de escolherem se querem abortar ou não. Ninguém tem o direito de decidir por elas.

Mais uma coisa, gostava muito de ver a nossa sociedade debater tão passionalmente outros temas que me chocam muitíssimo: as crianças que são abusadas, maltratadas e mal-amadas pelos pais.
E a inércia deste sistema judicial que teima em dar primazia aos pais biológicos, mesmo depois destes darem provas da sua incompetência e da sua total inaptidão para amar.


Gostei muito dos comentários da Zariza, Anónimo e Sandra Cunha.
biodesagradaveis disse…
se eu tivesse útero tmb gostava de mandar nele.
isto vai dar uma confusão dos diabos ... sou a favor do sim, mas penso que isto ainda vai dar raia.
força para chegar aos 50.000.

APC
Anónimo disse…
Cambada de frouxos.

O aborto devia ser obrigatório.

Mas há muito tempo.
botadeelastico disse…
Karvela:
A tua posição é geradora de um debate crispado.
Li os comentários todos e reparei que existe uma confusão em relação à tua posição e a questão posta em referendo.
Sou contra o referendo pois deveria ser a assembleia a decidir, para isso servem os impostos que todos pagamos e que representam uma quota-parte dos salário dos deputados.
Sou a favor da despenalzação (deixar de ser crime, enquanto conduta social que é tipificada na lei e para a qual é prevista uma punição) da IVG, do aborto, do desmancho, o nome que lhe quiserem dar.
A tua posição é claramente uma manifestação de que esta deve ser uma conduta banal na sociedade.

Em tese, concordo com a tua posição.
No entanto, dos poucos casos de mulheres e homens que deixaram de ter filhos por terem recorrido a esse "instrumento" de planeamento familiar, marcas insaráveis ficaram, lágrimas, mágoas, pesadelos.
Concordo, mas aflige-me a ideia de liberalização de um mercado de clínicas especializadas, em que uma "nova" prática social se torne banal. Quantos traumas, ou será que haverá mulheres (e homens, os que acompanham) que passarão a utilizar como método contraceptivo o aborto?!

A discussão apaixonada que este tema acarreta, desculpa Totoia utilizar as tuas ideias, mas leva as pessoas a contadizerem-se como tu: não és a favor do aborto como método de contracepção; mas és a favor da liberdade de uma mulher decidir se o pode fazer ou não ("e não correr riscos se decidir abortar").
Por um lado nã concordas por outro concordas, e sei e percebo a "bondade" das tuas palavras.

Em suma, o aborto, para mim, será uma decisão sempre difícil, e caberá à mulher, enquanto detentora do útero, a última decisão. Nem lei, nem tribunais, nem médicos, nem familiares deverão impedir a decisão: apenas podem, e devem, ajudar a que os efeitos negativos sejam minimizados.
"No entanto, dos poucos casos de mulheres e homens que deixaram de ter filhos por terem recorrido a esse "instrumento" de planeamento familiar, marcas insaráveis ficaram, lágrimas, mágoas, pesadelos."

Entre os pesadelos de adultos que, de forma consciente, correram o risco de engravidar sabendo que não queriam/podiam ter (mais) uma criança e decidiram, depois, abortar e os pesadelos de uma criança indesejada, mal-tratada, abusada, eu escolho, sem dúvidas, os primeiros.
Nelson Alcobaça disse…
Os comentários da raquel são sem dúvida os mais acertados. Não é por se ser do "Não" que se é religioso. Quem vai votar no "Sim" apenas porque não gosta da igreja, é extremamente ignorante.

Quanto ao resto, já escrevi a minha opinião no meu blog e não me alongarei mais sobre esse assunto.