Há alguns anos que faço observação e agora, que falo de um lugar privilegiado e pessoal, passo a desenvolver uma teoria que, creio, vai revolucionar o pensamento moderno.
As pessoas que exercem profissões académicas transformam-se lentamente em sem-abrigo.
Prova 1
Os sacos
Qualquer académico que possa ser observado carrega consigo, invariavelmente, três sacos. Uma mala com pertences pessoais. Uma pasta ou saco com o seu trabalho diário. E um terceiro saco ou pasta contendo documentos relativos aos seus projectos paralelos. Quanto mais alto na carreira académica se está, mais sacos se carrega. Ainda não me foi possível observar, mas creio que ao chegar a catedrático um dos presentes que se oferece em comemoração é um carrinho de compras do Jumbo.
Prova 2
A higiene pessoal
Tomemos um académico que trabalha dias a fio num projecto que terá de ser finalizado rapidamente. A pessoa acorda, bebe logo um café duplo, mas esquece-se de lavar os dentes e a cara porque está tão imerso no seu pensamento teórico que há certas coisas que escapam. Desodorizante não é preciso porque nem se vai sair de casa, o que interessa se é Verão? Almoça-se, inventa-se outras refeições compostas sobretudo de atum em lata e café e a noite chega a passos largos. O académico olha-se ao espelho antes de dormir, cabelo oleoso, ramelas nos olhos e pensa “Bolas... eu hoje não tomei banho.” Não posso revelar como consegui estas informações mas digamos que houve uma observação directa e na primeira pessoa.
Prova 3
A casa
Esqueçamos por um momento que a essência de um sem-abrigo é não ter casa. Na casa de um académico os projectos amontoam-se. Pilhas de papel, de jornais; encontram-se subterfúgios como arrumar as coisas por dossiers ou usar papel colorido para imprimir as diferentes investigações e tentar codificar o incodificável, organizar o inorganizável. No meio, o choro de um bebé que está a comer um marcador fluorescente, um gato que encontrou no orçamento do projecto o seu novo brinquedo.
Quem mais vive no meio do caos? Os sem-abrigo. Quem usa sacos e sacolas para guardar os seus pertences pessoais? Os sem-abrigo. Quem tem o cabelo como palha-de-aço? Os sem-abrigo. Quem cheira levemente a urina? Os sem-abrigo. E os académicos.
Karvela (ainda só vou em dois sacos... amadora!)
As pessoas que exercem profissões académicas transformam-se lentamente em sem-abrigo.
Prova 1
Os sacos
Qualquer académico que possa ser observado carrega consigo, invariavelmente, três sacos. Uma mala com pertences pessoais. Uma pasta ou saco com o seu trabalho diário. E um terceiro saco ou pasta contendo documentos relativos aos seus projectos paralelos. Quanto mais alto na carreira académica se está, mais sacos se carrega. Ainda não me foi possível observar, mas creio que ao chegar a catedrático um dos presentes que se oferece em comemoração é um carrinho de compras do Jumbo.
Prova 2
A higiene pessoal
Tomemos um académico que trabalha dias a fio num projecto que terá de ser finalizado rapidamente. A pessoa acorda, bebe logo um café duplo, mas esquece-se de lavar os dentes e a cara porque está tão imerso no seu pensamento teórico que há certas coisas que escapam. Desodorizante não é preciso porque nem se vai sair de casa, o que interessa se é Verão? Almoça-se, inventa-se outras refeições compostas sobretudo de atum em lata e café e a noite chega a passos largos. O académico olha-se ao espelho antes de dormir, cabelo oleoso, ramelas nos olhos e pensa “Bolas... eu hoje não tomei banho.” Não posso revelar como consegui estas informações mas digamos que houve uma observação directa e na primeira pessoa.
Prova 3
A casa
Esqueçamos por um momento que a essência de um sem-abrigo é não ter casa. Na casa de um académico os projectos amontoam-se. Pilhas de papel, de jornais; encontram-se subterfúgios como arrumar as coisas por dossiers ou usar papel colorido para imprimir as diferentes investigações e tentar codificar o incodificável, organizar o inorganizável. No meio, o choro de um bebé que está a comer um marcador fluorescente, um gato que encontrou no orçamento do projecto o seu novo brinquedo.
Quem mais vive no meio do caos? Os sem-abrigo. Quem usa sacos e sacolas para guardar os seus pertences pessoais? Os sem-abrigo. Quem tem o cabelo como palha-de-aço? Os sem-abrigo. Quem cheira levemente a urina? Os sem-abrigo. E os académicos.
Karvela (ainda só vou em dois sacos... amadora!)
Comentários
se bem que tu inda tás longe...
bjis**sil
fdx...eu já tenho o carrinho...mas é do carrefur!