Dos aeroportos
Lisboa
7h15, esperávamos o taxista habitual e aparece outro senhor. “O xor Domingos mandou-me cá, que ele teve um serviço”. E eu a imaginar os nossos corpos em decomposição no pinhal, uma semana inteira, ninguém desconfiando da nossa ausência. A dicção acabou por ser o único problema do simpático senhor, que lançou bonitas frases como “As pexoas aqui vivem perto do axexo à ponte” e “Gmrmsfppppfpm”.
No aeroporto, o caos! Estive desde as 8h45 às 10h30 para finalizar o check-in. À minha volta, fura-filas, cães, bebés. E eu, que antes de beber café só tenho uma expressão facial, sorri para dentro e pensei que o caos faz parte do charme dos aeroportos.
Heraklion
Digamos que à volta conseguiu ser pior, com a senhora que via as malas no raio-x grego (raiopopulus-x) fumava e conversava alegremente com a outra senhora que controlava quem passava por baixo da coisita (chamemos-lhe coisita porque não sei o nome daquela espécie de ombreira de porta por onde passamos e que apita se tivermos cintos e anéis). Eu passo, apita. A senhora pergunta-me, naquele inglês grego que tanto me deliciou: “Du ju have métál in jor pokets?”... quando eu respondi que não, ela disse “Go aéd, no próblem”. E fiquei com pena porque a minha resposta deveria ter sido “Ó amiga, tirando a ponta-e-mola que tenho agarrada à perna com adesivo, também não estou a ver o que possa ter tocado!”.
Karvela
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