Rádio Nevralgia
Eu vejo O Diário de Sofia (Se me perguntarem a minha versão final é “Estou a fazer tempo até dar o Friends. E vejo o compacto ao Domingo porque estou a fazer tempo para ver os Simpsons”... é a palavra contra a vossa!). A maneira como a vida dela muda de semana para semana tem algo de realidade. Eu também tinha grandes crises de identidade na adolescência, que batiam com força mas passavam depressa. E tudo parecia mudar de semana para semana; o que era verdade num mês não o era no mês seguinte. E a diferença entre Verão e Inverno era abissal!
Enquanto adulta noto que a vida é mais estável, e isto não é necessariamente uma coisa boa; as verdades mantêm-se mais tempo e o pensamento e as opiniões não mudam com tanta facilidade. E o tempo leve e calmo do Verão transformou-se no tempo penoso e insuportável de ter que ir trabalhar quando o tempo convida a estar numa esplanada.
Acho que esta crise de nostalgia, nada comum em mim, deve-se à constatação que as pitas me tratam por “você”. Sempre que uma delas me diz “Desculpe” ou “Diga-me, o autocarro já passou?” visualizo um rolo compressor desgovernado a parar o seu trabalho habitual e a deixar a miúda que está à minha frente tipo Coyote, toda espalmadinha. Quando elas notam o ligeiro sorriso com o qual digo “Também estou à espera do 14, ainda não passou” desviam-se e dizem às amigas “Cota estranha...”
Karvela (envelhecer é cocó)
Eu vejo O Diário de Sofia (Se me perguntarem a minha versão final é “Estou a fazer tempo até dar o Friends. E vejo o compacto ao Domingo porque estou a fazer tempo para ver os Simpsons”... é a palavra contra a vossa!). A maneira como a vida dela muda de semana para semana tem algo de realidade. Eu também tinha grandes crises de identidade na adolescência, que batiam com força mas passavam depressa. E tudo parecia mudar de semana para semana; o que era verdade num mês não o era no mês seguinte. E a diferença entre Verão e Inverno era abissal!
Enquanto adulta noto que a vida é mais estável, e isto não é necessariamente uma coisa boa; as verdades mantêm-se mais tempo e o pensamento e as opiniões não mudam com tanta facilidade. E o tempo leve e calmo do Verão transformou-se no tempo penoso e insuportável de ter que ir trabalhar quando o tempo convida a estar numa esplanada.
Acho que esta crise de nostalgia, nada comum em mim, deve-se à constatação que as pitas me tratam por “você”. Sempre que uma delas me diz “Desculpe” ou “Diga-me, o autocarro já passou?” visualizo um rolo compressor desgovernado a parar o seu trabalho habitual e a deixar a miúda que está à minha frente tipo Coyote, toda espalmadinha. Quando elas notam o ligeiro sorriso com o qual digo “Também estou à espera do 14, ainda não passou” desviam-se e dizem às amigas “Cota estranha...”
Karvela (envelhecer é cocó)
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