Spaceman! Flee! Flee!

Ontem fui obrigada a conviver durante três horas com uma auditora de uns 30, 35 anos que me irritou ao ponto do encarquilhamento precoce.

Estava vestida de acordo com a moda que muito se vê agora, de usar as botas por cima das calças. Mas se essa moda já tem muito que se lhe diga, não sei que termos usar quando as botas são brancas e um bocadinho reminiscentes dos filmes futuristas dos anos 70.

Tinha blush. Correcção: tinha muito blush. Ia do topo das maçãs do rosto até perto da boca terminando abruptamente e dando-lhe um ar bastante estranho e bicolor.

A voz era fininha, lenta, afectada.
”Asenhoradoutoratemmaisperguntasparafazeraosenhordirector?”
Tinha uma daquelas vozes e uma daquelas dicções que me dão vontade de lhe enfiar um sapato na boca em velocidade. Que me deu vontade de lhe exemplificar com a sua própria testa onde fica a janela. Que me deu vontade de a levar até um precipício, e por via de pontapé, explicar-lhe que lá em baixo há um tesouro.

Não sei que mais dizer sobre a senhora. Mas se virem uma tripulante de nave espacial retro, com cabelo de Beatriz Costa e uma voz que, ao fim de uns minutos, é pior que unhas a raspar num quadro… é ela!

Karvela

Comentários

Anónimo disse…
Infelizmente: Só para informar que vi hoje a tal auditora.

Felizmente: Devidamente advertido pela Karvela, mal ela começou a raspar as unhas no quadro, deixei-lhe cair o pisa papeis em cima dos pés que ela ocultava no interior das botas brancas.

Ganiu um bocado e deixou estalar o blush quando disse: "fod@-se!".

Karvela: era aquela merda do blush que não a deixava falar em condições!